21 de abr. de 2012

       "A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar.     Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. 
       Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda,  até que dorme e não acorda mais.
(...) A vida das gentes nesse mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.
 - E depois que morre? - perguntou o Visconde.
 - Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"

  (Monteiro Lobato, 1936, trecho de “Memórias da Emília”)
        Para você, Vera, Verinha, Verusca...

4 de abr. de 2012

Não há problema tão grande que não caiba no dia seguinte. Morrer, por exemplo, é uma coisa que se deve deixar sempre pra depois.
Millôr Fernandes (1923 - 2012)